Eu sempre ouvia falar dessa cantora pop, mas nunca me preocupei em saber sobre a vida dela. Tinha uma ou outra música que eu achava legal, inclusive uma das músicas – “Paparazzi” – marcou uma passagem não muito agradável minha neste ano (o que não me fez deixar de gostar da música), mas a minha curiosidade e interesse pela trajetória da mesma começou a partir de um clipe que eu vi no You Tube e, desta música inclusive, que não sabia até então que era dela. A produção realmente me chamou a atenção.
O Visual, com peruca loira e maquiagem “Isabelita dos Patins”, marca, sem fazer esforço. É uma coisa meio Marilyn, meio "Cleópatra loira". Suas vestimentas ousadas nos clipes, usando como referência o pop art, levam sua performance teatral, nos palcos e nos clipes, ao auge. A atitude, a ousadia são comparadas com as de Madonna, mas Lady Gaga é mais apelativa que a rainha do pop: não é difícil encontrá-la com a bunda de fora, fazendo suruba com um monte de mulher e com um bico do peito para fora da roupa, estilo o qual, na minha opinião, começa a apelar para o bizarro. Trata-se de algo desnecessário, influindo negativamente para seu marketing pessoal, apesar de resultar no que ela tanto quer: chamar a atenção. Sua coreografia desajeitada, que mais parece a dança do robocop, mas que procura traduzir melhor, através de seus gestos, o significado da música, diferencia-se totalmente das coreografias batidas das cantoras pop mais famosas. E suas roupas excêntricas nos fazem pensar que ela vai ao shopping fazer compras com o satã.
Enquanto umas letras apresentam uma letra bem bobinha, outras já têm um conteúdo interessante e nos levam a uma reflexão. A Música “Poker Face”, por exemplo, descreve o contexto da arte da sedução através do fatídico e manjado jogo da conquista. Fazer o blefe, ou seja, jogar, manipular e dissimular, como muitos homens fazem, acaba sendo a alternativa mais eficiente para conquistar. Sempre me pergunto, por que essa insistência do ser humano de complicar as coisas? Talvez seja uma medida protetiva para não se machucar num relacionamento, ou ainda a “cara da paisagem” serviria para esconder o jogo, as intenções e os sentimentos, o que oferece a chance de sair por cima caso o romance não dê certo. Será a "cara de pôquer" a arma dos desconfiados? Esse é o “sistema”, fazer o quê.
Mas não só os seus clipes são polêmicos, seus shows também são “um show à parte”: Lady Gaga faz desde agarrar-se com os outros dançarinos - geralmente sarados e negros -, no que parece mais uma orgia palco, até vestir um corpete transparente que cospe fogo dos seios. Seus shows são repletos de lasers e de efeitos especiais, o que faz as pessoas irem ao show não apenas para ouvir e ver a cantora de perto, mas principalmente para presenciar sua performance e ficar na expectativa de ver o que Lady Gaga vai fazer de surpreendente e bizarro dessa vez.
Outra coisa curiosa que notei é que a Lady Gaga... é "gaga". Ela parece um robô com soluço ao pronúnciar certas sílabas, quase sempre iniciadas com a consoante "p". Vejamos: po-po-po-poker face, po-po-poker face"... "papa-papa-papaparáaazzi". Brincadeiras à parte, eu estava acessando um blog o qual sigo, e um post, no qual mostra as cinco mulheres mais inteligentes da atualidade, me chamou a atenção (http://miscelaneasqp.blogspot.com/2009/09/as-5-mulheres-mais-inteligentes-da.html). Eu nem de longe imaginava o que essas famosas sabiam, aprenderam e de suas capacidades. Lady Gaga está na lista, mas na época que li a postagem, mal sabia quem era a cantora. Bem, se ela tem o Q.I. acima da média eu não sei, mas que ela tem o feeling para saber como fazer dinheiro, ah, isso é inquestionável. É impressionante, mas suas músicas conseguem atingir diversas tribos: desde as patricinhas fúteis, até góticos, homossexuais, garotas adolescentes, rockeiros, pessoas com tendências levianas, homens, crianças, pessoas que gostam simplesmente de polêmica e ainda outros que nada tem a ver com esses grupos de pessoas. Em seu visual e em seus clipes, uma espécie de "chique-trash", ela procura fazer uma produção que cause polêmica e ao mesmo tempo atinja um público-alvo o mais amplo possível. E no capitalismo, como todos sabem, quanto mais consumidores, melhor. Num mundo onde tudo é tão segmentado, ela conseguiu reunir vários tipos de público numa massa só e fazer rios de dinheiro. Meus parabéns à Lady Gaga, um fenômeno de vendas.
http://miscelaneasqp.blogspot.com
Show da Lady Gaga:
Clipe “Paparazzi”